segunda-feira, 9 de maio de 2011

- Porque o mineiro trabalha em silêncio - Cultura

PORQUE O MINEIRO TRABALHA EM SILÊNCIO
É sempre interessante descobrir na história a origem de certas expressões de linguagem que usamos até hoje. Veja como se formou a fama dos mineiros.
Em 1714, as Minas Gerais faziam parte da Capitania de São Paulo e, após a descoberta de ouro, a região foi dividida em três comarcas. Dentre os marcos divisórios instalados, havia um cruzeiro - cruz de ferro - no alto do Monte Caxambu, na estância hidromineral de mesmo nome. Ele indicava a divisa entre as comarcas do Rio das Mortes, em São João Del Rei, e da Vila de Santo Antonio de Guaratinguetá, no Vale do Paraíba.
Em decorrência da Guerra dos Emboabas, em 1720, criou-se a capitania independente das Minas Gerais, que tinha como referência aquele cruzeiro colocado no Monte Caxambu. Para o Norte seria Minas, para o Sul seria São Paulo. O problema para os mineiros era que isso proporcionaria aos paulistas a posse de uma grande extensão de terra nas montanhas e as bacias dos rios Grande, Verde e Sapucay - território e mananciais do interesse de Minas.

O que fizeram os mineiros para reverter esta situação? Pegaram em armas para defender com sangue as terras disputadas? Conclamaram o povo para se insurgir contra o governo? Não, nada disso. Pacíficos e matreiros como são os mineiros, os membros da Câmara de São João Del Rei furtivamente mudaram a posição do marco, levando-o para o alto da Serra da Mantiqueira, cerca de 80 quilômetros adiante, já no lado do Vale do Paraíba, o que deu origem, mais tarde, à cidade paulista de Cruzeiro. Com esse artifício, Minas ganhou toda a região conhecida hoje como "Terras Altas da Mantiqueira".

E daí vem a expressão "mineiro trabalha em silêncio", significando que aquele povo usa a esperteza e não o confronto para resolver os seus problemas.

- Origem do "TREM" mineiro - Cultura

ORIGEM DO “TREM’ MINEIRO...

Para todos aqueles além das Minas Gerais...


Achei tão "sutil" que não posso deixar de repassar... Somos o máximo em termos de brasileiros, ou não somos?  Coisas boas têm que ser ditas, ainda que, se por costume, se trate apenas de assuntos sérios. Mas, o que é mais sério do que valorizar o povo mineiro?

Para orgulho dos mineiros e esclarecimento dos não-mineiros:
O Verdadeiro Significado da Palavra "TREM".

Interessante que o assunto mineirês veio à tona logo no dia em que alguns transtornos foram causados pelo seu desconhecimento por parte de alguns jornalistas, que escreveram a seguinte manchete: "Trens batem de frente em Minas".

Os mineiros, obviamente, não deram a devida importância, já que para eles isto quer dizer apenas que duas coisas bateram.  Poderiam ter sido dois carros, um carro e uma moto, uma carroça e um carro de boi; ou até mesmo um choque entre uma mala de viagem e a mesa de jantar.

Movido pela curiosidade, resolvi então consultar o Aurélio. E vejam o que diz:

''Trem [Do francês/inglês. train.] Substantivo masculino
1. Conjunto de objetos que formam a bagagem de um viajante.
2. Comitiva, séquito.
3. Mobiliário duma casa.
4. Conjunto de objetos apropriados para certos serviços.
5. Carruagem, sege.
6. Vestuário, traje, trajo.
7.Mar. G. Bras. Grupamento de navios auxiliares destinados aos serviços (reparos, abastecimento, etc.) de uma esquadra.
8.Bras. Comboio ferroviário; trem de ferro.
9.Bras. Bateria de cozinha.
10.Bras. MG C.O. Pop. Qualquer objeto ou coisa; coisa, negócio, treco, troço: 'ensopando o arroz e busando da pimenta, trem especial, apanhado ali mesmo, na horta.' (Humberto Crispim Borges, Cacho de Tucum, p. 186).
11.Bras. MG S. Fam. Indivíduo sem préstimo, ou de mau caráter; traste''

Vejam que o sentido de comboio ferroviário é apenas o 8º e ainda é considerado um brasileirismo.

Comentei o fato com um amigo especialista em etimologia, que me esclareceu a questão: o comboio ferroviário recebeu o nome de trem justamente porque trazia, porque transportava, os "trens" das pessoas. Vale lembrar que nessa época o Brasil possuía uma malha ferroviária com relativa capilaridade e o transporte ferroviário era o mais importante. Assim, era natural que as pessoas fizessem essa associação.

Moral da história:
O mineiro é, antes de tudo, um erudito. Além de erudito, ainda é humilde e aceita que o pessoal dos outros estados tripudie da forma como usa a palavra "trem".
Na verdade, acho que isso faz parte do "espírito cristão do mineiro".
Ele escuta as gozações e pensa: "que sejam perdoados, pois não sabem o que dizem".

- Origem da Expressão Mineira "UAI" - Cultura


·        ORIGEM DA EXPRESSÃO MINEIRA “UAI

 
O jeito típico do falar do povo mineiro já foi alvo de comentários jocosos. Não é difícil encontrar a imagem do mineiro matuto, que masca capim, enquanto faz construções gramaticais erradas e corta as palavras ao meio. Identificar estereótipos formados pelo senso comum e apontar características genuínas do modo de falar dos mineiros é “A construção de um dialeto: o ´mineirês´ belo-horizontino.
Nó! Mas que trem bom, uai!
A interjeição uaí, uma das mais associadas ao modo de falar dos mineiros.
Os bons dicionários e gramáticas do ramo costumam dizer da expressão uai, com pequenas variações, mais ou menos o seguinte: trata-se de uma interjeição usada para exprimir surpresa, espanto, susto, impaciência, terror ou admiração, ou ainda para reforçar o que se disse antes; que é usada no Brasil, sobretudo em Minas Gerais, e também em Portugal, na ilha dos Açores, onde equivale a duas outras interjeições: «Ah!» e «Oh!»
Uma interjeição, «é uma espécie de grito com que traduzimos de modo vivo as nossas emoções». Muitas vezes, são formadas por onomatopé(e)ias (o nome dado àquelas tentativas de fazer com que a palavra imite um som).
Acredita-se que a origem do «uai» estaria na fusão das interjeições opa! (ou upa!)+ôi+ai, que aparecem assim juntinhas, por exemplo, na página 353 de Sagarana, o grande (em todos os sentidos) romance do escritor mineiro João Guimarães Rosa.
A essa hipótese podemos juntar outra. A que, um professor mineiro, defendeu no V Congresso de Ciências Humanas, Letras e Artes, realizado na Universidade Federal de Ouro Preto, em Agosto de 2001.
Segundo ele, tudo começou quando um vilarejo chamado Gongo Soco, onde se explorava ouro, foi comprado pela “Imperial Brazilian Mining Association”, o que resultou na instalação da primeira empresa britânica em Minas Gerais. Durante as quase três décadas, de 1824 a 1856, em que os ingleses ali estiveram Gongo Seco, afirma o professor, foi transformado numa autêntica vila inglesa. E passo a citá-lo:
«Pode ser atribuída ao convívio com esses e outros ingleses que residiram na província a utilização por parte dos mineiros da interjeição “Uai!” (que exprime surpresa e/ou espanto), a qual possui semelhanças fonéticas e semânticas com o vocábulo “Why” utilizado na língua inglesa com o mesmo sentido do nosso “por quê?”, ou como interjeição, assumindo, neste caso, o mesmo sentido do Uai mineiro. Notemos que o Uai mineiro e o “Why” britânico possuem a mesma representação fonética; e notemos ainda que o Uai é a expressão da língua portuguesa falada no Brasil que mais se relaciona com a identidade mineira.»
Os ingleses foram embora, mas o Uai nacionalizou-se. Ou melhor, mineirizou-se. Segundo o prescrito nas noções de Minerês para “estrangeiros”, «Uai é indispensável, significa nada e tudo ao mesmo tempo. Tudo “depende do contexto e da entonação.»
Entretanto, existe outra versão do UAI:
O material foi publicado no Jornal Correio Brasiliense.
O berço da expressão popular dos mineiros “UAI”.
Segundo o odontólogo Dr. Sílvio Carneiro e a professora Dorália Galesso, foi o presidente Juscelino Kubitschek. ’. quem os incentivou a pesquisar a origem. Depois de exaustiva busca nos anais da Arquidiocese de Diamantina e em antigos arquivos do Estado de Minas Gerais, Dorália encontrou explicação provavelmente confiável.
Os Inconfidentes Mineiros, patriotas, mas considerados subversivos pela Coroa Portuguesa, comunicavam-se através de senhas, para se protegerem da polícia lusitana. Como conspiravam em porões e sendo quase todos de origem maçônica, recebiam os companheiros com as três batidas clássicas da Maçonaria, nas portas dos esconderijos. Lá de dentro, perguntavam:

Quem é?
E os de fora respondiam: UAI – as iniciais de União, Amor e Independência.
Só mediante o uso dessa senha a porta era aberta aos visitantes.
Conjurada a revolta, sobrou a senha, que acabou virando costume entre as gentes das Alterosas. Os mineiros assumiram a simpática palavrinha e, a partir de então, a incorporaram ao vocabulário quotidiano, quase tão indispensável como tutu e trem. Uai, sô…

- Texto que não contém a letra "A". Cultura

Este texto não contém a letra "A"
É possível sim.

Sem nenhum tropeço posso escrever o que quiser sem ele, pois rico é o português e fértil em recursos diversos, tudo isso permitindo mesmo o que de início, e somente de início, se pode ter como impossível. Pode-se dizer tudo, com sentido completo, mesmo sendo como se isto fosse mero ovo de Colombo.
Desde que se tente sem se pôr inibido pode muito bem o leitor empreender este belo exercício, dentro do nosso fecundo e peregrino dizer português, puríssimo instrumento dos nossos melhores escritores e mestres do verso, instrumento que nos legou monumentos dignos de eterno e honroso reconhecimento
Trechos difíceis se resolvem com sinônimos. Observe-se bem: é certo que, em se querendo esgrime-se sem limites com este divertimento instrutivo. Brinque-se mesmo com tudo. É um belíssimo esporte do intelecto, pois escrevemos o que quisermos sem o "E" ou sem o "I" ou sem o "O" e, conforme meu exclusivo desejo, escolherei outro, discorrendo livremente, por exemplo, sem o "P", "R" ou "F", o que quiser escolher, podemos, em corrente estilo, repetir um som sempre ou mesmo escrever sem verbos.
Com o concurso de termos escolhidos, isso pode ir longe, escrevendo-se todo um discurso, um conto ou um livro inteiro sobre o que o leitor melhor preferir. Porém mesmo sem o uso pernóstico dos termos difíceis, muito e muito se prossegue do mesmo modo, discorrendo sobre o objeto escolhido, sem impedimentos. Deploro sempre ver moços deste século inconscientemente esquecerem e oprimirem nosso português, hoje culto e belo, querendo substituí-lo pelo inglês. Por quê?
Cultivemos nosso polifônico e fecundo verbo, doce e melodioso, porém incisivo e forte, messe de luminosos estilos, voz de muitos povos, escrínio de belos versos e de imenso porte, ninho de cisnes e de condores.
Honremos o que é nosso, ó moços estudiosos, escritores e professores. Honremos o digníssimo modo de dizer que nos legou um povo humilde, porém viril e cheio de sentimentos estéticos, pugilo de heróis e de nobres descobridores de mundos novos. 
Autor: Desconhecido